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sexta-feira, maio 22, 2015

ARTIGO- Déficit de atenção, se não diagnosticado, pode prejudicar seu casamento



O problema, em si, é chamado de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Na prática, trata-se do seguinte: é um transtorno neurológico como tantos outros, e se caracteriza por hiperatividade e déficit de atenção. O problema é que esse transtorno, em uma relação conjugal, pode ser traduzido como preguiça, egoísmo, falta de atenção e amor ao parceiro. Nesses casos, a desculpa “mas é que eu tenho Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade” pode não colar, mesmo que seja verdade.

Numa relação de casal, quem sofre de TDAH costuma revelar sintomas como distração – se esquece de reparar em certos detalhes no cônjuge ou na casa -, desorganização – acaba deixando de lado, sem querer, afazeres que muito interessavam ao parceiro – e esquecimento – datas de aniversários, por exemplo -, e quase sempre são muito mal recebidos pelo cônjuge.

Uma pesquisa psiquiátrica revelou que 4% dos adultos sofrem de TDAH. Na maioria das vezes, manifestam sintomas do problema ainda crianças, mas eles acabam não sendo diagnosticados corretamente. É um problema difícil de superar, por mais que o adulto se esforce, e estudos indicam que uma pessoa com TDAH tem duas vezes mais propensão a se divorciar do que alguém que é livre desse mal.

Quem está levando as pesquisas adiante nesse campo, principalmente, é uma psicóloga, Melissa Orlov, cujo marido foi diagnosticado com o problema há cinco anos. Ela explica que os casais se separam, na maioria dos casos, porque não há diálogo aberto em relação ao problema, e os problemas de distração, desorganização e esquecimento são quase sempre encarados como falta de interesse no casamento, e não como uma doença.

Quando o casamento da psicóloga estava por um triz, ela conheceu as pesquisas de um médico sobre o assunto, e com o tratamento adequado o seu casamento acabou sendo salvo.

Como diagnosticar se você ou seu cônjuge sofrem de TDHA? Antes de consultar um psicólogo, você pode fazer um exercício de observação. Perceba se é apenas um dos dois que está acumulando todas as obrigações domésticas e tomando parte nos compromissos dos filhos. Tente notar se alguém está se esquecendo de ir pegar as crianças na escola ou de pagar certas contas em dia. Em outra face do problema, veja se um dos membros está dando excessiva atenção ao trabalho ou algum projeto pessoal em detrimento do lar e da família.


Se sim, não se sinta abandonado, e não saia virando o mundo de cabeça para baixo, acusando o cônjuge de não gostar da família. Antes disso, consulte um psicólogo, que pode detectar facilmente um TDHA. Enquanto você não fizer isso, o casamento pode estar se desgastando pouco a pouco, já que você acumula sua raiva enquanto o cônjuge comete erros por falta de atenção sem ter consciência do mal que está fazendo.


Transtorno identificado, é hora de tratá-lo para viver com qualidade. Com medicamentos e terapia (cognitiva comportamental), o portador conquista maior poder de concentração e planejamento, além de acalmar-se. Mas também é preciso que ele e o parceiro aprendam a lidar com o transtorno. No livro, Melissa elenca seis passos que podem ajudar na empreitada. Para começar, é preciso que o casal “cultive a empatia” entre eles e “elimine emoções negativas (como a raiva crônica)”. Na maioria das vezes, o diagnóstico é feito com a relação já em frangalhos. “É preciso dar um basta nas discussões e estabelecer um pacto de parceria, respeito e compreensão”, diz Melissa. Depois, ela recomenda que o casal “busque tratamento” e “melhore a comunicação”.

É indicado que, além do portador, o cônjuge faça terapia. Cecília, por exemplo, encontrou forças para lidar com a questão em reuniões da ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção). “Também tenho os meus defeitos e sempre conversamos muito, mas chegou um momento em que concluímos que valia a pena procurar ajuda profissional”, diz ela. O diálogo pode ser mais proveitoso se o casal tomar certas iniciativas. Por exemplo, para manter o portador de TDAH focado numa conversa, é preciso eliminar estímulos visuais e auditivos que possam distraí-lo – uma saída é desligar a tevê. E, por último, marido e mulher devem “estabelecer limites” e “resgatar o romance”. “Muitos casais esqueceram o que é se divertir juntos, algo fundamental numa relação conjugal”, diz Melissa.

Ela costuma usar o seguinte método: cartões com tarefas que o cônjuge “saudável” deve passar ao que sofre com TDHA. O cônjuge saudável (que tem as mesmas chances de ser o homem ou a mulher, até hoje não se sabe de uma incidência maior do transtorno em determinado sexo) fica responsável por fazer o controle das tarefas do outro, e contabilizar quantas foram cumpridas ao final de uma semana, ou de um mês. O resultado, de acordo com a psicóloga, é surpreendentemente eficaz. [The New York Times]

PARCERIA
Fernanda assumiu o lar sem dramas e André, que tem TDAH, 
vale-se do smartphone para não esquecer os compromissos

O economista André Lima e a mulher, a advogada Fernanda, ambos de 32 anos, desenvolveram suas próprias estratégias para uma convivência harmônica. Antes do diagnóstico, feito há sete anos, Fernanda passava maus bocados com o mau humor de André. “Eu tinha receio de convidar amigos para vir à nossa casa”, diz ela. Medicado, André está mais tranquilo. Mas ela continua hábil em evitar saias-justas. “Ainda tenho o cuidado de marcar eventos na hora em que ele prefere e em locais que sei que gosta”, diz Fernanda. Além do apoio da mulher, que notou que as tarefas domésticas não eram o forte do marido e resolveu abraçá-las, André desenvolveu técnicas para não se esquecer de suas obrigações e não sobrecarregá-la ainda mais. “Tenho smartphone há dez anos. Se ele não tocar, esqueço de tudo”, diz ele, que, de tão preocupado em manter-se organizado, desenvolveu TOC – Transtorno Obsessivo-Compulsivo. Informação e tratamento são importantes. Mas, como tudo no casamento, é fundamental que cada um faça a sua parte.


FONTES: http://hypescience.com/deficit-de-atencao-se-nao-diagnosticado-pode-prejudicar-seu-casamento/
http://www.istoe.com.br/reportagens/95194_ATENCAO+SEU+CASAMENTO+PODE+ESTAR+EM+PERIGO

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